A foliculite é uma inflamação que afeta o folículo piloso — a estrutura da pele de onde nascem os pelos. Embora seja frequentemente associada a um simples pelo encravado, trata-se de uma condição que pode assumir formas leves ou severas, com impactos estéticos e funcionais. Além disso, ela acomete tanto homens quanto mulheres, sendo mais comum em áreas de depilação, atrito ou sudorese intensa.
Neste artigo, vamos explorar os principais pontos abordados na revisão bibliográfica científica publicada por Tonini et al., trazendo uma visão clara e atualizada sobre os fatores causais, manifestações clínicas, formas de prevenção e possibilidades terapêuticas.
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👉 https://ensaios.usf.edu.br/ensaios/article/download/291/134/1042
O que é foliculite?
A foliculite é uma inflamação aguda ou crônica do folículo piloso, podendo ser superficial ou profunda. De maneira geral, suas causas principais são infecciosas, especialmente por Staphylococcus aureus, um microrganismo que vive na pele, mas pode invadir os tecidos em situações de lesão ou agressão cutânea. Entretanto, também pode ser causada por vírus, fungos como a Malassezia, ou ainda por inflamações causadas por pelos encravados (pseudofoliculite).
Fatores de risco: por que a foliculite aparece?
Entre os fatores de risco mais comuns destacam-se:
- Uso prolongado de antibióticos ou corticoides
- Sudorese excessiva (hiperidrose)
- Barbeamento agressivo contra o sentido do pelo
- Uso de roupas apertadas
- Depilação com cera ou lâmina
- Exposição a piscinas mal higienizadas ou banheiras
- Baixa imunidade e presença do vírus HIV
Portanto, cuidar dos hábitos de higiene, reduzir o atrito na pele e utilizar métodos de depilação mais suaves já são formas iniciais de prevenção.
Tipos de foliculite
O estudo separa a foliculite em três grandes grupos: infecciosa, não infecciosa e pseudofoliculite. Veja alguns dos principais tipos:
- Foliculite superficial estafilocócica: Comum, com pápulas vermelhas, prurido e pus.
- Pseudofoliculite da barba: Causada por pelos que crescem curvados, inflama a pele.
- Foliculite pitirospórica: Causada por fungos, ocorre em adolescentes, principalmente nas costas.
- Foliculite profunda (furúnculos e carbúnculos): Lesões dolorosas e com pus, que podem deixar cicatrizes.
Ademais, formas raras como foliculite eosinofílica ou queloidiana também são descritas e geralmente acometem pessoas com imunidade comprometida.
Sintomas e diagnóstico
Os principais sintomas incluem coceira, dor, vermelhidão, pústulas (espinhas com pus) e inflamação localizada. Embora, na maioria das vezes, o diagnóstico seja clínico, em casos resistentes pode ser necessário solicitar exames laboratoriais, cultura de secreção ou até biópsia da pele.
Prevenção: hábitos simples fazem diferença
A higiene adequada da pele é essencial. O uso de sabonetes antibacterianos, evitar compartilhar lâminas, optar por roupas folgadas e secar bem áreas com tendência à umidade (como virilha e axilas) são cuidados indispensáveis. Além disso, trocar regularmente as lâminas de barbear e evitar depilar sobre a pele irritada são práticas altamente recomendadas.
Tratamentos disponíveis
O tratamento depende do tipo e gravidade da foliculite:
1. Tratamentos tópicos
Para casos leves, Indica-se:
- Antibióticos tópicos como mupirocina e clindamicina
- Sabonetes antissépticos
- Drenagem de lesões purulentas, quando necessária
2. Tratamentos orais
Se o quadro for mais extenso ou resistente:
- Antibióticos como cefalexina, dicloxacilina ou sulfametoxazol + trimetoprim
- Em casos severos: ciprofloxacina ou doxyciclina
3. Terapias complementares
Abordagens que, embora não substituam o tratamento clínico, podem ser incorporadas:
- Peelings químicos: promovem renovação celular e ajudam na recuperação da pele.
- Ledterapia: modula processos inflamatórios e regenerativos.
- Laser e Luz Intensa Pulsada (LIP): eficazes para destruir os folículos inflamados.
- Alta frequência: usada principalmente após depilação para evitar infecção.
Conclusão
A foliculite é uma condição comum, porém muitas vezes negligenciada. Embora seja autolimitada na maioria dos casos, pode causar dor, desconforto e impactos estéticos importantes. Felizmente, há uma série de medidas de prevenção e tratamento que, quando seguidas corretamente, oferecem resultados positivos e seguros.
Portanto, é fundamental estar atento aos sintomas iniciais, procurar orientação profissional e manter uma rotina de cuidados com a pele que favoreça a saúde e a beleza da pele.
Referência do artigo:
TONINI, Gabriela Silva; FARIA, Juliana de Oliveira; OLIVEIRA, Laira Lúcia Damasceno. Foliculite: revisão de literatura. Revista Ensaios, Universidade São Francisco. Disponível em: https://ensaios.usf.edu.br/ensaios/article/download/291/134/1042. Acesso em: 26 maio 2025.