A rinoplastia cirúrgica é há décadas um dos procedimentos estéticos mais realizados no mundo. Contudo, nos últimos anos, a rinomodelação com ácido hialurônico (AH) tem ganhado espaço como uma alternativa rápida, segura e sem necessidade de afastamento das atividades diárias.
O artigo “Rinomodelação com ácido hialurônico: técnica, riscos e benefícios“, publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, discute em detalhes as indicações, técnica e sobretudo as complicações associadas a este procedimento.
Você pode acessar o artigo completo neste link.
Introdução
A rinomodelação é indicada para:
- Pacientes que desejam “testar” o efeito de uma rinoplastia.
- Correções de pequenas imperfeições pós-rinoplastia, sem necessidade de nova cirurgia.
- Pacientes não candidatos à cirurgia.
- Correções temporárias enquanto aguardam o tempo adequado para rinoplastias secundárias.
Apesar de ser um procedimento minimamente invasivo, o nariz é uma área de alto risco para preenchimentos, ficando atrás apenas da glabela em termos de vulnerabilidade.
Técnica de Aplicação
O artigo descreve uma técnica padronizada, priorizando segurança e resultados naturais:
- Uso de cânulas longas (preferencialmente 22G com 50mm) para minimizar o risco de complicações vasculares.
- Anestesia local, com bloqueio infraorbital e infiltrações em pontos estratégicos.
- Injeções profundas e controladas para:
- Elevação do ângulo nasolabial.
- Projeção da ponta nasal.
- Correção do dorso nasal, disfarçando gibas e melhorando o perfil.
A abordagem começa pela columela, avança para a ponta e finaliza no dorso nasal, sempre com movimentos suaves e moldagem manual imediata do AH para garantir simetria.
Resultados
Desde o desenvolvimento da técnica em 2013, foram realizados cerca de 60 procedimentos, com resultados de bom a muito bom na maioria dos pacientes.
- Duração dos efeitos:
- Correção do dorso: 12 a 18 meses.
- Elevação da ponta: cerca de 6 a 9 meses.
- Efeitos colaterais mais comuns: Pequenos nódulos (vesículas de AH) nos pontos de entrada da cânula e vermelhidão persistente.
- Complicações graves: Não foram observadas na amostra estudada.
Anatomia e Segurança
O conhecimento anatômico detalhado é fundamental. O nariz possui uma complexa rede vascular superficial, tornando a técnica de injeção profunda ainda mais importante para evitar complicações como:
- Isquemia.
- Necrose cutânea.
- Embolia vascular.
O artigo destaca também que o risco é maior em pacientes que já realizaram rinoplastias anteriores, devido a alterações na vascularização.
Complicações e Cuidados
As complicações descritas incluem:
- Hematomas e edemas: Transientes.
- Necrose cutânea: Rara, mas grave.
- Granulomas e reações imunológicas tardias: Podem surgir meses após o procedimento, exigindo tratamento prolongado com hialuronidase, corticosteroides e antibióticos.
O risco de cegueira por embolização é baixo, mas existe, e o artigo reforça a importância de ter protocolos de resposta rápida para emergências.
Conclusão
Em primeiro lugar, a rinomodelação com ácido hialurônico representa uma revolução no tratamento estético nasal, permitindo correções de irregularidades e aprimoramentos estéticos sem os riscos e o tempo de recuperação associados à cirurgia.
Além disso, com técnica apurada, conhecimento anatômico refinado e atenção redobrada à segurança, a rinomodelação é uma excelente opção para pacientes que buscam resultados naturais e de rápida recuperação.
Fonte:
- Frisina, A.C., Barbosa, B.O., Teixeira, G.H.C., Fernandes, R.L. (2021). Rinomodelação com ácido hialurônico: técnica, riscos e benefícios. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, 36(1), 108-114. Disponível em: https://doi.org/10.5935/2177-1235.2021RBCP0020