O polidesoxirribonucleotídeo (PDRN) tem despertado, cada vez mais, o interesse no campo da dermatologia estética por seu potencial regenerador e efeitos antienvelhecimento amplamente documentados. Derivado do DNA de espermatozoides de salmão, o PDRN apresenta efeitos que vão além da hidratação ou do preenchimento superficial. Na prática, ele atua diretamente na biologia celular, favorecendo a regeneração da pele de forma profunda e, sobretudo, duradoura.
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Como o PDRN age na pele?
O PDRN ativa os receptores A2A de adenosina, desencadeando uma cascata de eventos moleculares com efeitos anti-inflamatórios, pró-angiogênicos e estimulantes de colágeno. Além disso, promove melhora na função da barreira cutânea, no equilíbrio celular e na resposta ao estresse oxidativo. Por isso, é considerado um ativo multifuncional com potencial de atuação global.
O processo de envelhecimento cutâneo envolve dois grandes mecanismos: o envelhecimento intrínseco, ligado à genética e ao tempo, e o extrínseco, relacionado à exposição solar, poluição e hábitos de vida. Ambos contribuem para a perda de colágeno, elasticidade e hidratação. Felizmente, o PDRN atua combatendo esses fatores em múltiplas frentes.
Principais efeitos e benefícios do PDRN
1. Estímulo à síntese de colágeno
Através da ativação do receptor A2A, o PDRN aumenta a produção de colágeno nos fibroblastos dérmicos. Como resultado, promove melhora da firmeza, textura e elasticidade da pele. Essa síntese, aliás, restaura a estrutura da matriz extracelular e retarda os sinais visíveis do envelhecimento.
2. Ação anti-inflamatória
O composto reduz a liberação de citocinas inflamatórias como TNF-α e IL-1β. Simultaneamente, estimula a produção de interleucinas anti-inflamatórias, como a IL-10. Isso é especialmente relevante para peles sensibilizadas, com rosácea ou submetidas a procedimentos estéticos intensivos.
3. Angiogênese e regeneração
O PDRN favorece a formação de novos vasos sanguíneos, o que melhora a oxigenação e a nutrição dos tecidos. Consequentemente, há maior vitalidade cutânea, além de acelerar o processo de cicatrização e recuperação após lasers, peelings ou preenchimentos.
4. Clareamento e uniformização do tom da pele
Por inibir a atividade da tirosinase — enzima-chave na produção de melanina — o PDRN contribui para reduzir hiperpigmentações como melasma, manchas solares e pós-inflamatórias. Ademais, regula negativamente o fator MITF, que é essencial para a diferenciação dos melanócitos.
5. Reversão de danos ao DNA
Graças à presença de nucleotídeos, o PDRN reativa a via de salvamento do DNA. Este mecanismo reutiliza bases nitrogenadas para regenerar tecidos danificados, sendo, portanto, crucial para peles envelhecidas ou com histórico de exposição solar intensa.
6. Estímulo ao crescimento capilar
Estudos mostram que o PDRN pode ser eficaz na regeneração folicular, especialmente quando associado a terapias como laser fracionado ou PRP. Com isso, aumenta-se a espessura e densidade dos fios, além de melhorar a vascularização do couro cabeludo.
Formas de aplicação
Atualmente, o PDRN pode ser administrado de várias formas:
- Mesoterapia: com microinjeções na derme, podendo ser associado a outras substâncias bioativas.
- Microagulhamento: cria canais de absorção e potencializa o efeito do ativo.
- Associação com lasers: especialmente eficaz após procedimentos como CO₂ fracionado ou tulium.
- Uso tópico (restrito): apenas se formulado corretamente, devido ao seu peso molecular elevado.
Segurança e tolerabilidade
Uma das grandes vantagens do PDRN, sem dúvida, é sua excelente segurança. Estudos em humanos e animais mostram baixíssima toxicidade, ausência de efeitos imunológicos e alta tolerabilidade. Mesmo em aplicações repetidas, as reações adversas são raras e, quando ocorrem, costumam ser leves e localizadas.
Considerações finais
Em resumo, o PDRN representa uma verdadeira evolução no cuidado com a pele. Ele não atua apenas como um tratamento estético convencional, mas sim como uma terapia regenerativa completa. Ao estimular mecanismos naturais de reparo celular, proporciona resultados mais duradouros, naturais e seguros — tanto para o rejuvenescimento quanto para o tratamento de condições como melasma, cicatrizes e alopecia.
Seus benefícios vão além da produção de colágeno. O PDRN age em camadas profundas da pele, promovendo saúde e beleza desde a matriz celular. Por isso, ele vem conquistando seu espaço como um dos tratamentos mais promissores na dermatologia moderna.
Referência bibliográfica:
Khan A, Wang G, Zhou F, Gong L, Zhang J, Qi L, Cui H. Polydeoxyribonucleotide: A promising skin anti-aging agent. Chinese Journal of Plastic and Reconstructive Surgery. 2022;4:187–193. Disponível em: https://sbti.com.br/wp-content/uploads/2024/07/1-s2.0-S2096691122000723-main.en_.pt_.pdf
